segunda-feira, 26 de novembro de 2018

O fim do Aborígine?



AGRADECIMENTOS Muitas coisas marcaram minha vida no Hip Hop, músicas, sorrisos, frustrações, mas há pequenos momentos, curtas lembranças ou detalhes que, nesse ponto final, gostaria de saudar. Minha mãe e pai demoraram a aceitar a música que fazia, a profissão que gostaria de seguir, mas quando viram-me trazendo um troféu de um Festival, o filho num jornal e pela primeira vez meu show entenderam e hoje falam aos parentes que o filho é artista. Minha mãe... mau sabe ela que foi a maior responsável por isso, quando me deixava sozinho vendo as batalhas de Breaking em frente ao Conjunto Nacional lá em Brasília. No início dos anos 90 meu irmão escondia sprays pela cama, grafitava, pixava, tinha uns grupos de Freestyle. Eu via de longe os ensaios, pois era bastante, mas bastante tímido e ficava copiando tudo no meu quarto. As camisetas do Racionais que eu tirava onda na escola eram de meu irmão, pegava escondido. Ele imprimia as letras dos grupos e falava pra eu analisar, lia minhas primeiras poesias e nunca zoava, pois eram bem ruinzinhas e isso foi a maior motivação que tive. Com o passar do tempo fui transformando os trabalhos escolares em poesia, em música e de repente representava a turma cantando em pequenas mostras. Não teria minha carreira se não fosse os pátios ou auditório do CEF 10 e CEM 03 de Taguatinga sul. Outras lembranças importantíssimas foram das rodas de rima na Praça do D.I. Naquela época, início dos anos 2000 ficávamos três ou quatro horas rimando e as batalhas surgiam aos poucos, nosso intuito era rimar. As bases do DJ Raffa, um CD que furtei do Carrefour foram cruciais, nelas escrevi as primeiras letras do Êxodo, grupo que montei ao lado de Raphael Arcanjo, o Vilão e Nego Lupa, meus verdadeiros professores, todo amor a vocês, obrigado por tudo! Agradeço ainda ao CxA, DeMenosCrime e MD2, pois as instrumentais que vocês disponibilizaram nos primeiros álbuns foram bem utilizadas (risos). Em casa eu tinha um som com entradas pra duas fitas cassetes, então eu voltava a fita, ouvia com bastante atenção, apertava REC no momento certo e deixava a base maior, no tamanho de minha letra, meus primeiros shows foram assim, levando uma fita pro palco, muitas vezes caminhando a pé de uma cidade a outra, pois não tinha grana. O Aborígine nasceu assim. Agradeço ao DJ Celsão, que cheguei a convidar pra participar de uma música minha, mas o destino foi cruel e este sonho não foi possível; ouvir e gravar MixMania foi uma de minhas maiores alegrias. Agradeço a Smurphies, ao Abril Pro Rap, Claudio Chandelle e DJ Chokolaty que me acolheram em 2004 no programa Hip Hop na Tela, DJ Ivan e a Radio Comunitária Água Viva, por 2 anos apresentei um programa semanal chamado Militância Hip Hop e isso me transformou. Colecionar revistas, assistir todos os programas de clipe e gravar os Rap em VHS, madrugada acordada, sintonizando o péssimo sinal da MTV, ficar sonâmbulo de tamanho nervosismo por causa do primeiro grande show, gravar pela primeira vez em estúdio, o primeiro troféu, ouvir minha música na rádio pela primeira vez, receber uma ligação do GOG, um elogio do Satão, conhecer e cantar no RJ, SP, PE, MT, MS, PB, RN, GO, PA ... A real é que esse texto é saudosista como os encartes dos discos, como as instrumentais dos CD’s e como os agradecimentos gravados. São muitíssimas pessoas, mas peço que sintam-se abraçadas, pois foram responsáveis e cúmplices desta história de amor e rebeldia. Glauber Santana, Raro, Oitto e Nexx obrigado por cada show que dividiram comigo. DJ Liso, são quase 20 anos de parceria e amizade e de verdade, não tenho palavras. Marcos MC, conselheiro e meu maior ouvinte, obrigado por tudo irmão. Prix, mó orgulho em lhe conhecer, obrigado por dividir tua dança conosco. Jéssica Sol, Edy, B.boy Japão, toda Máquina Negra, o mesmo salve. Dnego obrigado pelas belíssimas fotos, pela parceria na diagramação do livro, por tudo,sou teu fã. Alan ManuK, se não fossem teus clipes eu não seria 1/3 do que sou, obrigado irmão. Gratidão ao Estúdio Cartel pela primeira música, Jesiel Candeia que gravou meu primeiro CD. DJ Qnnyo, DJ Liso, Diego 157, Gibe, DJ Raffa, LP e Wty, obrigado por cada produção musical. Rodriggo Misquita, Nicholas Amorim e Jefferson Diego obrigado por terem partilhado o violão de vocês comigo, vocês são incríveis. Dona Filmes e Josi Araújo obrigado pela beleza de Teresas. Falando nisso, minha poeta Rose Silva, grato pela paciência e parceria nessa maior música e vida. Meimei Bastos, cê é cabulosa! Julie Lima, Larissa Delfante, Lunna Barbosa, Suelen Gonçalves e toda a FFP, cês foram responsáveis demais por essa música ser o que é. Aos amigos Murcegão, Mente Consciente, Tarcísio Pinheiro, QI, Singelo MC, Suburbano’s e toda Família Hip Hop, NowBru, Cléo Street, Dona Rayla, Rapper Maestro, Real, Magú, Vera, FabGirl, Japão e Dani, X e Marcinha, Tatyane Ribeiro, Helen e Aninha, Markão BNR, Banca Norte Sul, Thabata, JC Amaro, Mano Manya, EuriMania, Amaro, Sobreviventes de Rua, Maresya, PR 15, Rhandyson, Saulo 3RG – sem palavras, Daher e Michele, Relato Atual, Cisquinho, Ahoto, Movni, Mano Mix, Pegada Black, Chamas e todo VSM, Alemão, Rap Talentos, DJ Nino, Jean, Ataque Beliz, Suene, Thiago Francisco, Gilberto Alves, Max Maciel e toda RUAS, Neroz, Ravena, Pena, Erkone, Fokker, Carequinha, Súbito... aqui vocês representam outras tantas pessoas que eu devo agradecer, elogiar e torcer, assim como você que lê neste momento, que elas sintam-se novamente abraçadas! Saibam que fui Voz da Quebrada, Êxodo, Milícia Centro Oeste, Militância Hip Hop, Coletivo ArtSam, Aborígine, mas que pra sempre serei Hip Hop. Obrigado por tudo. Marcus Aurélio

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